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Homecoming of Soul

 

Já que o mundo não acabou em chuva parece que está tentando acabar em calor. 37º e ainda nem é verão?

Continuo pedindo para que fiquem comigo e essa semana foi complicada para escrever capitulos novos, mas não se preocupem, não vamos atrasar. Temos uma boa frente. Graças a Deus.

Quero dedicar esse capitulo a Cris Lopes, Ana Paula Oliveira, Viviane Coitinho, carla Oliveira Machado, Graziela Garbeline Lopes, Sofia Leite, Suzana Dias, Danny Amaral, Natalia Costa, Dulci Freitas, Paty Romualdo, Fabiana Lustosa, Alexandra Cristina, Marcela Tavares, Roberta Tamos. Muito obrigada pelo carinho e pela paciencia.

 

 

ROTEIRO

ROB

 

- Oi Kristen. – Continuava sorrindo como um bobo apaixonado depois da nossa crise de riso quando nós nos abraçamos. – Estou morrendo de saudades. – Sussurrei em seu ouvido.

 

- Oi Rob. – Não faço ideia do porquê de estarmos representando nesse exato momento, mas me esqueci de conversar com ela sobre nós.

 

Kristen olhava de um lado para o outro e balançava levemente as mãos nitidamente nervosa. Ela sempre ficava assim quando começava um trabalho e conhecia pessoas novas. O que me divertia bastante. Tudo nela me diverte e interessa.

 

Eu sabia que ela iria adorar o enredo desse filme. Pensei nela assim que li o roteiro, só nunca imaginei que o destino fosse tão caprichoso a ponto de nos juntar novamente em um set. Mas, pensando bem, ela tinha mesmo que estar. Eu estou aqui possivelmente pelo mesmo motivo que ela.

 

Filmar com Jodie Foster. Não foi a toa que bati à sua porta com o roteiro assim que o li. Poderia ter oferecido a algum dos diretores com quem já trabalhei, mas pensei que a visão de uma mulher seria perfeita e, como tenho plena consciência, do quanto Kristen me influenciou de várias formas, a primeira pessoa que me veio a mente foi a Jodie. E ela foi incrível ao aceitar sem pestanejar.

 

- Kristen, esse é Ralph Fiennes. – Jodie me tirou dos meus devaneios ao fazer as apresentações. – Ele será seu pai e meu marido no filme. E, acho que vocês já se conhecem, não é? – Sorrimos mais uma vez, nos olhando daquela maneira só nossa. Perdendo-nos em nós mesmos, como se nada mais existisse no mundo.

 

- Ao que parece as meninas serão americanas.

 

- Isso é verdade e vocês dois cavalheiros ingleses. Gosto de homens ingleses. – Baixei a cabeça envergonhado voltando os olhos para Kristen que encontrou os meus. – Além de nós quatro o filme terá o pequeno Maxwell Brook, ele gosta de ser chamado de Max. É um menino muito especial e inteligente, tanto quanto você quando começou. – Jodie tocou o braço da Kristen. Era nítido o carinho que existia entre elas.

 

- Então, minha personagem será filha de vocês dois e mãe do Max?

 

- Sim, e viverá um romance com o Rob. – Ela afirmou acompanhando a linha de raciocínio da Jodie. – Eu preciso saber se isso será um problema para vocês. - Negamos veementemente.

 

- Não. – Dissemos em uníssono e sorrimos. – Nenhum problema. – Fui categórico.

 

- Algo me diz Jodie, que essa filmagem será uma adorável experiência. – Ralph está se divertindo?

 

- É. A Indiana fez um testes de vídeo com o Rob, mas acredito que vocês já fizeram isso por muito tempo e todos sabemos que vai funcionar. Você também já foi minha filha e deu mais do que certo. Perfeito. Por mim temos a nossa protagonista. O que me diz senhor produtor?

 

- Vamos pular a parte que dizemos que ela tem talento. Isso todo mundo também já sabe. O papel sempre foi dela nós é que não enxergamos o óbvio.

 

- Você está produzindo de novo? – Por que ela estava tão surpresa?

 

- O Nick me entregou o roteiro quando ainda não tinha um diretor e achei que era uma boa ideia apostar nele.

 

- Sim e fez muito bem. Sua personagem é uma garota que saiu de casa quando descobriu que estava grávida de um namoradinho irresponsável da escola e os pais não foram gentis com ela. O futuro estava perdido como o de tantas meninas. Depois de dar a volta por cima trabalhando com muito sacrifício e criando o filho que tem hoje 08 anos, ela descobre um câncer raro e em um estágio sem esperança de cura. Então decide voltar para a cidade natal, fazer as pazes com a família e deixar na criança as melhores lembranças.

 

- Onde o personagem do Rob entra nisso. Ele é o pai do meu filho?

 

- Não. Ele foi seu primeiro amor. – Ela me olhou com a sobrancelha arqueada ouvindo a Jodie falar. – E vocês vão se reencontrar quando voltar à cidade. A questão é que ele era o prodígio da turma, ficou milionário ao vender um software, mas se tornou um homem solitário...

 

- E isso tem a ver com a minha personagem?

 

- Kristen deixa ela terminar.  – Seu olhar assassino na minha direção me fez rolar os olhos e o Ralph gargalhar.

 

- Eu disse que ia ser divertido. – Sim, ele está se divertindo.

 

- Como eu ia dizendo. Não, você não tem nada a ver com isso, ele perdeu a esposa e o filho num acidente e se isolou de tudo e de todos. A questão é que, por acaso ele vai esbarrar em você exatamente no momento em que estiver passando mal e vai ajudá-la. E, sem querer você vai ajudá-lo a se tornar mais sociável, por assim dizer. Ele vai se apaixonar pelo menino, que no final o terá como figura paterna e vocês terão um envolvimento amoroso. – Kristen estava com a mão levantada como uma criança tentando chamar a atenção do professor, enquanto eu segurava o riso.

 

- Eu vou morrer?

 

- Infelizmente sim.

 

- Eu nunca morri...

 

- Não é verdade, a Bella morreu. – Agora ela estava em choque e eu gargalhando.

 

- Rob, ela se tornou uma vampira.

 

- O Edward também era.

 

- Você tinha quase 100 anos. Já estava morto há muito tempo para colocarmos isso no filme.

 

- Ok, já entendemos que os dois têm experiência em estar mortos em cena. – Jodie olhou para o Ralph de forma cúmplice segurando o sorriso. – E essa interação de vocês é ótima para o trabalho, mas terão realmente que ser convincentes pois eles se odeiam no começo do filme, pelo simples fato de que ele odeia todo mundo, e depois que se amam loucamente. – Olhando para mim ela apontou o dedo. – Você vai sofrer pela segunda vez, só que dessa vez entenderá que realmente perdeu o amor da sua vida, mas que tem a responsabilidade de cuidar do filho dela. – E voltando-se para Kristen ainda com o dedo em riste. – E você, ao mesmo tempo que sente a dor física pela doença, não quer deixar as pessoas que ama traumatizadas pela sua partida. A princípio você lidará com todo o seu sofrimento sozinha até passar a confiar nele e os dois se abrirem para o amor, o que não será menos doloroso, apenas diferente.

 

Finalmente nos sentamos ao mesmo tempo, nos encarando.

 

- Isso vai ser realmente divertido. – Kristen resmungou, quase que só pra ela. – Tem muita coisa que eu preciso saber e pesquisar... Quando começaremos a filmar? Como ela vive? Qual a relação com o filho? E o ex-namorado? Ela fala de alguma forma com a família? Por que o namoro terminou? Com ele quero dizer. – Ela apontou para mim, sem dar tempo para ninguém responder, perdida em sua forma de criar uma personagem. - Como vamos filmar e por quanto tempo? Quantos dias tenho pra me preparar? Onde está o roteiro?

 

- Ainda bem que avisou que tinha perguntas, não é Kristen? – Jodie se levantou pegando um calhamaço de papel e entregando nas mãos dela. – Aqui está o seu roteiro, leia, começaremos os ensaios semana que vem. Quero que passe um tempo com o Max, na verdade os dois. Preciso de cumplicidade entre vocês e o menino. Lembra como foi legal o tempo que passamos juntas quando estávamos filmando? Não precisa ser do mesmo jeito que fizemos, mas quero que sejam uma família. Ele está por aqui em algum lugar. Acredita que é de Toronto? Então será fácil resolver isso. E todas as outras perguntas responderei no jantar de hoje à noite. Você vai não é?

 

- Claro.

 

O figurino não exigiria muito de nós, as roupas eram comuns precisávamos apenas fotografar para dar boas ideias aos produtores, roteirista, diretor de fotografia e a equipe de maquiagem.

 

Não houve um tempo livre para que pudéssemos conversar, havia sempre alguém nos cercando, perguntando, observando e fomos extremamente profissionais.

 

Eu fui o último a sair do trailer de maquiagem devidamente caracterizado para que a Jodie aprovasse. Ela sorriu e chamou o Max que se colocou ao meu lado, olhando de mim para ele.

 

- Sinceramente, está maravilhoso. Gostaria que parecessem pai e filho e a forma como estão vestidos e o tom do seu cabelo deram um toque perfeito. Muito bom.

 

- Ele não é meu filho. – Disse sem entender ao certo qual a sua intenção.

 

- Rob, não de sangue, mas será o bebê que foi arrancado dos seus braços. O filho da mulher que você ama, e de quem caberá cuidar e educar. Você será o provedor, o pai, o marido, o cuidador, entende? Vai haver uma grande mudança de quem você acredita que é para quem realmente é. Passará de um homem soturno para alguém iluminado mesmo no momento da dor. – Afirmei compreendendo o porquê do menino se parecer comigo. Inconscientemente ele é meu no fim das contas. – Agora vão trocar de roupa os dois. Eu e a Kristen estamos esperando por vocês.

 

Quando voltei as duas estavam conversando como amigas de longa data que são. De longe eu as observava encantado sem que nenhuma delas me notasse. Como a Kristen pode ficar mais linda a cada dia?

 

- Ela parece uma menina adorável. – Sorri percebendo a presença do Ralph

 

- A mais adorável das mulheres. – O aperto em meu ombro, me fez fitar seus olhos azuis.

 

- Então, o que está esperando, para permitir que ela saiba? – Sorri, caminhando com ele, deixando a resposta se perder. – Vamos? Já deixamos essas lindas mulheres esperando nesse frio por muito tempo.

 

O restaurante não era nada do que eu poderia imaginar. Ele ficava em uma esquina pacata, limpa e florida no centro da cidade, com tijolos aparentes, uma varanda vazia graças ao frio de -1°, que cruzamos ao entrar pela porta lateral. Dentro na área privada para onde fomos conduzidos, luzes âmbar proporcionavam uma iluminação indireta, nas paredes vermelhas cobertas por quadros com cores muito vívidas. Uma música latina que eu não entendia parecia animar os clientes a ponto de sermos ignorados.

 

Era como ser transportado para outro lugar. Ao mesmo tempo que conseguimos, não sei como, passar despercebidos podíamos observar o divertimento das pessoas que bebiam e dançavam ao som de um trio que tocava animadamente. Em outro momento, me sentiria feliz em pegar na mão da Kristen puxando-a para dançar. Se soubesse dançar esse tipo de música, é claro.

 

Eu fechava a comitiva que era puxada pela Jodie, Max e Kristen, além de metade da equipe.

 

Todos se acomodaram rapidamente e eu percebi que ficaria muito distante da Kristen, não fosse uma piscada de olho do Ralph, que sorriu para mim, deixando a cadeira ao lado dela vazia. Meneei a cabeça, sentindo entre nós a velha cumplicidade masculina.

 

Kristen aparentemente alheia a tudo sentou-se ao lado do Max que tinha toda sua atenção e da Jodie.

 

- Precisamos conversar. – Sussurrei, me inclinando para seu lado, enquanto sentava.

 

Existem coisas que nunca mudam. Eu tenho uma espécie de radar para captar quando as pessoas dedicam sua atenção a mim. E, duas pessoas um rapaz e uma moça da equipe, pareciam interessados demais. Respirando fundo tentei controlar minha ansiedade, esperando que algum assunto os interessasse mais do que minha vida. Inferno, como vou conseguir chegar perto dela com essa marcação? Na época de Crepúsculo, as coisas pareciam mais fáceis. Tudo conspirava para nos aproximar. Éramos todos jovens e com praticamente os mesmos interesses, não havia fama, nem éramos objeto da atenção de ninguém. A única coisa que me afastava verdadeiramente dela era seu namorado de longos anos.

 

Nem o Angarano conseguiu nos afastar. Somos fortes se estivermos juntos. Foi isso o que ela disse. Kristen tem razão. Nada vai nos impedir. Nunca mais.

 

Virei-me na direção do Ralph que me olhava curioso, minha mão tocou suavemente a perna dela e a sua encontrou a minha, apertando meus dedos com carinho.

 

- O que aconteceu? Por que você está dando mais atenção a mim do que a dama ao seu lado? – Suspirei resignado.

 

- Atenção demais e não da parte dela. – Apontei com meu rosto na direção do casal que continuava olhando.

 

- Eu lamento...

 

- Eu também. – Apertei um pouco mais forte suas mãos e fui correspondido.

 

Uma parte minha sabe que está tudo bem, outra está desesperado, cheio de ansiedade por ainda não termos conversado sobre nós. Por não saber ao certo o que somos. Eu não faço ideia se sou seu ex-namorado, seu namorado ou seu futuro namorado. E quero tudo dela. Ainda mais do que já tivemos. Não quero que ela saia da minha vida nunca mais.

 

Não sei se ela percebeu as duas pessoas que não tiravam os olhos de nós, na superfície sua atenção esteve todo o tempo no Max e na Jodie, mas suas mãos apertavam a minha e o carinho nos nós dos meus dedos espalhava pequenos choques elétricos por todo meu corpo.

 

- Amanhã é dia de ação de graças. – Levantei a cabeça na direção da Kristen, interessado no que ela dizia.

 

- Rob, gostaria de jantar lá em casa amanhã? – Arregalei os olhos encontrando os da Jodie. – A Alexandra e os meninos virão passar o feriado, você e a Kristen estão sozinhos... – Tentei ver os olhos dela, Kristen não me olhou, apenas apertou firmemente minha mão, me fazendo sorrir educadamente.

 

- Claro. Faz algum tempo que não comemoro esse dia. Uns cinco, mais ou menos. – Fiz questão de lembrar o tempo em que me divertia com a família da Kristen, quando voltávamos da turnê de lançamento dos filmes da saga.

 

- Você comemorava antes?

 

- Sim, sempre ia com alguns amigos para Malibu, era muito divertido. – Virei na direção do Ralph, me perguntando por que o convite não foi extensivo a ele.

 

- Você e a Kristen são os únicos largados. Ralph está acompanhado, e o Max, ficará com a família em Toronto. Estarei esperando vocês amanhã.

 

Não entendi. Parecia que só eu estava paranoico nessa mesa, com medo de chegar perto da Kristen, perdendo tempo com conversas sobre filmes e atores ingleses que poderiam ocupar qualquer horário vago durante as gravações e não agora.

 

- Você toca? – Uma pequena mão tocou a minha que estava na perna da Kristen. – Violão? – Max disse assim que lhe dei atenção, colocando o copo de Coca na mesa.

 

- Sim, às vezes eu toco.

 

- Eu gostaria de aprender.

 

- Posso te ensinar. A Kristen também toca.

 

- Ela me disse que você que toca e muito bem. – Sorri entre chocado e maravilhado por saber que ela estava falando de mim. De repente, o Max começou a me olhar ligeiramente espantado e eu tive receio do que sairia da boca daquela criança. – Aquele-que-não-se-pode-ser-nomeado não matou você? – Eu não consegui conter a gargalhada e olhei do Ralph para a Jodie, enquanto Kristen parecia não entender nada.

 

- Você me matou. – Disse para Ralph, para surpresa do Max.

 

- Eu disse que você tinha morrido. – Todos ríamos enquanto o Max nos olhava de forma estranha.

 

Seu olhar só melhorou depois que a Kristen, a Jodie e o diretor de fotografia conseguiram fazê-lo entender um pouco como é a vida de ator. Mas aí já estávamos todos nos preparando para ir embora deixando para trás o restante da equipe.

 

O motorista do carro em que eu e o Max estavamos era um senhor que me lembrava bastante meu pai, sorriso fácil e olhar doce.

 

- O senhor sabe onde a Kristen está hospedada?

 

- Fui deixá-la hoje quando chegou. – Perfeito.

 

Assim que toquei a campainha ouvi os latidos. Como imaginava. Ela trouxe Bear, Bailey e Bernie.

 

- Você demorou. – Ela vestia uma calça justa e uma antiga camisa de gola V, que já foi minha. No rosto o sorriso mais lindo e sedutor que me fazia endurecer na velocidade da luz. – Achei que precisaria ir até Toronto atrás de você.

 

- Ah, baby...

 

 

SPOILER

 

 

 

- Vamos lá dorminhoco, precisa acordar. – Deixei a caneca de café na mesinha de cabeceira do seu lado, vendo-o agarrar ainda mais meu travesseiro. – Rob, tenho tanto o que fazer hoje.

 

- Hum... – Ele se virou se enrolando ainda mais no edredom, cobrindo seu rosto.

 

Eu levantei um pouquinho o edredom, enfiando meu rosto embaixo olhando para ele.

 

- Precisamos conversar... – Fui puxada e num piscar de olhos estava embaixo dele que forçava seu peso em cima de mim, beijando meu pescoço, me fazendo arfar. – Rob...

 

- Já disse que é sexy pra caralho a forma como você diz meu nome?

 

- Rob, já é tarde...

 

- Podemos ser rápidos Kristen. – Como se resiste a ele? Como se eu quisesse realmente saber.

 

- Ou não... – E lá estávamos nós nos amando novamente. Parecia que nunca tínhamos o suficiente um do outro. Que toda essa saudade nunca se aplacaria dos nossos corações.

Bem, temos um capitulo que eu chamei de tecnico. Achei que era legal colocar que tipo de filme eles estavam fazendo, afinal, são atores e se dedicam a filmar e achei que seria legal.

 

Não tem como não agradecer a todas e a cada uma por estarem aqui. Adoro vocês.

 

Continuaremos mantendo nossa comunicação através do FACEBOOK, acho que continua funcionando dessa forma, pode ser? Aquelas pessoas que querem me dizer algo podem fazer assim e eu vou ficar muito feliz.

 

Nos vemos na sexta-feira, sem falta.

 

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